A Colabore com o Futuro esteve presente na cerimônia de posse do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nesta segunda-feira (10) no lugar de Nísia Trindade. Padilha foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sua experiência à frente do cargo. Foi ministro da Saúde no governo na ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Durante a abertura, a ex-ministra Nísia Trindade parabenizou e desejou sucesso ao novo coordenador da pasta, Alexandre Padilha. Ela abordou as desigualdades do país, que, apesar de estar entre as dez maiores economias do mundo, ainda enfrenta graves problemas nas áreas da saúde e da pobreza. Nísia relatou ter encontrado o Ministério da Saúde desmontado e sem autoridade para coordenar o SUS, após a experiência traumática de mais de 700 mil mortes durante a pandemia de covid-19, no governo anterior.
A ex-ministra salientou que a pasta estava com leitos de UTI não cadastrados, Unidades Básicas de Saúde instaladas, porém sem credenciamento, obras paralisadas, a rede de atenção psicossocial interrompida, crise Yanomami em curso e queda no Programa Farmácia Popular. Destacou que esse cenário foi enfrentado com o aumento dos recursos federais.
Ela ressaltou os avanços na retomada de programas como o Mais Médicos, o fortalecimento do Farmácia Popular — com aumento na oferta de medicamentos e fornecimento de fraldas geriátricas —, além do fortalecimento da Estratégia Saúde da Família, ampliação da frota do SAMU e valorização da saúde mental, saúde indígena e do programa Brasil Sorridente.
Também deu destaque às inovações do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, enfatizando que ele impulsiona os serviços prestados à população e é fundamental para a autonomia do país na produção de vacinas, medicamentos, equipamentos e soluções de tecnologia da informação, como a integração de dados em telessaúde.
Nísia ainda mencionou a retomada da cobertura vacinal e a recuperação do título de país livre do sarampo. Destacou também o retorno da normalidade da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), com decisões tomadas por consenso.
A ex-ministra enfatizou que, em 2024, o Brasil enfrentou a maior epidemia de dengue da história, transformando-se em um problema de saúde global. Afirmou que o ministério não se furtou a agir, destacando a assinatura da portaria que estabelece parceria entre o governo federal e o Instituto Butantan para a produção da primeira vacina 100% nacional contra a dengue.
Outra ação apontada por Nísia foi a reestruturação dos Hospitais Federais do Rio de Janeiro. Ela também destacou o programa de redução de filas e o Mais Acesso a Especialistas, com aumento significativo na realização de cirurgias. Por fim, afirmou que todas as ações respeitaram os princípios de igualdade e equidade do SUS.
Já Alexandre Padilha fez um breve agradecimento aos seus familiares e aos profissionais que contribuíram para sua formação em medicina. Lembrou que, nesta terça-feira (11), completam-se cinco anos do anúncio da covid-19 e parabenizou a Fiocruz e os profissionais de saúde pelo enfrentamento da doença. Também elogiou Nísia Trindade e sua equipe pela reconstrução e retomada do SUS após a pandemia.
Padilha afirmou que chega à pasta com a obsessão de reduzir o tempo de espera para quem precisa de atendimento especializado no país. Assumiu o compromisso de compreender e enfrentar esse desafio em parceria com estados, municípios e parlamentares. Destacou que utilizará recursos dos hospitais universitários, fortalecerá o atendimento primário à saúde, dialogará com o setor privado e com os centros de diagnóstico.
Informou ainda que o governo pretende superar o atual modelo da Tabela SUS por meio da criação de um novo sistema de remuneração, que pague melhor pelo atendimento especializado e contribua para a redução do tempo de espera, especialmente para o tratamento de câncer.
Padilha também salientou a intenção de fortalecer a relação com a Organização Mundial da Saúde (OMS), destacando a importância do enfrentamento de doenças tropicais, como a malária, e da valorização da saúde em nível global. Ele lembrou que, em 2013, quando ocorreu a incorporação da vacina contra o HPV, foi preciso enfrentar o primeiro movimento de fake news nas redes sociais contra vacinas — mesmo assim, a ação resultou na redução de 60% dos casos de câncer de colo do útero no país.
Ressaltou que, durante sua gestão, o negacionismo e os discursos irresponsáveis baseados em mentiras serão combatidos. Reforçou o compromisso com o desenvolvimento nacional por meio da vacinação e da defesa da vida, com o objetivo de consolidar o Brasil como o país com o maior e mais abrangente programa de vacinação do mundo.
Por fim, afirmou que suas diretrizes incluem unir esforços para enfrentar os focos da dengue por meio de um trabalho conjunto e de uma política permanente de Estado para combater futuras pandemias e garantir cuidados à população mais vulnerável — desde a primeira infância até os idosos.
Defendeu ainda uma organização voltada para atender as necessidades das pessoas com deficiência, da saúde mental, dos neurodivergentes e daqueles com doenças raras. Também enfatizou a importância de uma formação profissional baseada na qualidade, e não apenas na quantidade de profissionais de saúde. Finalizou destacando que garantir uma saúde de qualidade significa estar ao lado de todas as políticas públicas de saúde e na defesa da ciência e da vida.
Durante o evento, a Colabore teve a oportunidade de reencontrar amigos e parceiros que, assim como nós, trabalham incansavelmente para ampliar o acesso à saúde e implementar políticas públicas mais mais justas e eficazes.
Aproveitamos o momento para fortalecer nossa agenda junto ao Adriano Massuda, agora Secretário Executivo do Ministério da Saúde, o Secretário Executivo do CONASS, Jurandi Frutuoso e o Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da Republica Márcio Macedo.
Também aproveitamos a oportunidade para agradecer ao Ministro Padilha pelo diálogo contínuo e aberto, desde sua atuação na Secretaria de Relações Institucionais.
A construção de um sistema de saúde mais eficiente e inclusivo passa pelo compromisso com a escuta ativa e a participação social . Seguimos juntos, promovendo o engajamento e a mobilização da sociedade, para que as decisões em saúde sejam cada vez mais democráticas e baseadas nas necessidades reais da população.
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