COLABORE APOIA EVENTO SOBRE OS IMPACTOS DA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS
- Mayara Figueiredo Viana
- 2 de abr.
- 4 min de leitura
Atualizado: 4 de abr.

A Colabore com o Futuro realizou evento nesta terça-feira (01/04) em parceria com a deputada Flavia Morais (PDT-GO), sobre os avanços e desafios no tratamento da doença, com foco na melhoria da qualidade de vida dos milhões de brasileiros afetados por essa condição.

A deputada Gisela Simona (UNIÃO/MT) destacou a importância do Projeto de Lei nº 949/2024, que visa criar o Plano Nacional de Atenção à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), de autoria da deputada Flávia Morais (PDT/GO). O projeto busca estabelecer diretrizes para o planejamento governamental na saúde relacionada à DPOC, abordando saúde pública e alocação de recursos. Gisela enfatizou a importância da colaboração para aprimorar o projeto e atender às necessidades de todos. Ela também mencionou sua luta contra a liberação de dispositivos eletrônicos para fumar no Brasil, devido ao seu impacto nas doenças pulmonares.

O Dr. Ricardo Amorim, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, destacou que a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição inflamatória crônica, muitas vezes subdiagnosticada, que causa perda progressiva da função pulmonar e limitações nas atividades diárias. Ele observou que a função pulmonar atinge seu pico na adolescência e declina com a idade, sendo afetada por fatores como a exposição à fumaça tóxica desde a infância, o que aumenta o risco de DPOC em jovens.
O Dr. Amorim enfatizou a necessidade de um plano nacional para o tratamento da DPOC e uma linha de cuidado estruturada, já que muitos pacientes não recebem diagnóstico e tratamento adequados. Ele também ressaltou a importância de capacitar profissionais de saúde e pacientes para melhorar o manejo da doença no Sistema Único de Saúde (SUS).

A farmacêutica Sarah Franco Watanabe, coautora de um estudo sobre a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) no Brasil, apresentou os impactos socioeconômicos da doença entre 2014 e 2023. O estudo, baseado em dados do INSS, identificou 42.340 novos benefícios concedidos devido à DPOC, principalmente em homens com idade média de 57 anos, a maioria vivendo em áreas urbanas. As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste concentraram a maior parte dos casos. Economicamente, a DPOC gerou uma perda de produtividade de 609 mil meses e custou cerca de R$ 567 milhões em aposentadorias precoces, que, embora representassem menos de 20% dos benefícios, corresponderam a mais de 55% dos custos totais relacionados à doença, que somaram R$ 1 bilhão. Para ela, esses dados destacam a necessidade de políticas públicas para prevenção e tratamento da DPOC, visando mitigar seu impacto social e econômico.

O Dr. Marcelo Fouad Rabahi, professor titular de pneumologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), destacou a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) como uma "epidemia silenciosa" devido ao seu alto índice de mortalidade e baixa conscientização pública. Ele enfatizou a necessidade de uma abordagem integral na gestão da DPOC, considerando não apenas os custos diretos com procedimentos médicos, mas também os custos indiretos, como perda de produtividade e presenteísmo — situação em que o trabalhador, apesar de presente, tem desempenho reduzido devido à doença.
O professor citou um estudo realizado entre 2017 e 2022 que revela a perda de quase 200 milhões de dias de trabalho no Brasil devido à DPOC. Metade dessas perdas ocorreu por óbitos precoces, 67 milhões por afastamentos permanentes e 30 milhões por aposentadorias precoces. Ele também aponta que a mortalidade por DPOC é comparável ou até superior à de doenças como o infarto, ressaltando a gravidade da condição. Além disso, destacou a discrepância na expectativa de vida entre pacientes com DPOC e a população geral, indicando que muitos pacientes falecem antes de atingir a média nacional de 76 anos. Ele também mencionou a relevância de discutir outras doenças respiratórias, como a tuberculose, que continuam a ser um problema significativo de saúde pública no país.

Iara Machado, presidente da Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas (ABRAF), destacou que a DPOC é a terceira principal causa de morte no mundo, afetando cerca de 13 milhões de brasileiros, muitos dos quais não sabem que têm a doença. Em 2018, o SUS registrou mais de 110 mil internações por complicações da DPOC, resultando em mais de 8 mil óbitos e custos superiores a R$ 100 milhões. Ela ressaltou as dificuldades enfrentadas por pacientes e familiares, como a falta de diagnóstico precoce e desinformação. Uma pesquisa revelou que mais de 90% dos pacientes e cuidadores sentem falta de informações sobre a DPOC, e 36% não sabem como agir em crises. Iara defendeu a necessidade de estratégias nacionais para diagnóstico precoce, acesso a exames, formação de profissionais e garantia de medicamentos, reabilitação e suporte psicológico. Ela também expressou apoio ao Projeto de Lei nº 949 de 2024, que visa criar um Plano Nacional de Atenção à DPOC.

Leonardo Moura Vilela, representante do Conass, destacou a importância do impacto orçamentário sobre o SUS e sua relação com a transformação sinucrônica. Ele mencionou que isso afeta não apenas o orçamento da Previdência Social, mas também o orçamento da União e o crescimento do produto interno da nação. O CONASS tem representação na Conitec e participou ativamente da aprovação da incorporação da terapia tripla em setembro do ano passado.
Além disso, Vilela anunciou a participação do CONASS na reunião da Comissão Tripartite, marcada para o dia 24 de abril, onde se comprometerão a melhorar os PCDTs para beneficiar a vida dos pacientes. Ele enfatizou que, embora o impacto econômico seja relevante, é fundamental considerar a qualidade de vida dos 7 milhões de brasileiros que sofrem com a doença.
Ação realizada pela Colabore com o Futuro
Para promover ainda mais fôlego para esta causa, a Colabore com o Futuro promoveu uma ação lúdica e interativa entre os participantes.
Veja o resumo no vídeo abaixo.
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