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Frente Parlamentar em Defesa da Saúde das Mulheres promove roda de conversa sobre o câncer de mama com o apoio da Colabore com o Futuro e Instituto Recomeçar

  • Foto do escritor: Mayara Figueiredo Viana
    Mayara Figueiredo Viana
  • 25 de jun.
  • 2 min de leitura


Em um gesto de escuta e mobilização, a Frente Parlamentar em Defesa da Saúde das Mulheres, presidida pela deputada Renilce Nicodemos, promoveu na terça-feira (24) uma roda de conversa dedicada ao câncer de mama, em parceria com a Colabore com o Futuro e a associação Recomeçar.



A presidente da Recomeçar, Joana Jecker, abriu o evento com um relato emocionante sobre sua trajetória. Diagnosticada com câncer de mama aos 30 anos, transformou a dor em propósito e fundou a associação para apoiar outras mulheres na mesma luta. Joana destacou conquistas importantes, como a Lei dos 30 Dias e a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, mas alertou para os desafios que ainda persistem: o acesso desigual a medicamentos, a demora no diagnóstico e o abismo entre regiões do país. Defendeu a criação de um Plano de Ação específico para o câncer de mama e a implantação de centros de diagnóstico com resultado no mesmo dia. “As mulheres com câncer são protagonistas de suas histórias e precisam ser ouvidas”, afirmou.



Pascual Marracini, presidente da Associação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Combate ao Câncer, reforçou o sentimento de urgência. Compartilhou a realidade enfrentada em mutirões, como o realizado em Salvador, onde muitas mulheres já estavam fora da janela de cura ao receber o diagnóstico. Para ele, é preciso rever o processo de incorporação de tecnologias no SUS e garantir estrutura nos hospitais que atendem pelo sistema. Marracini também alertou para os impactos da pandemia nos diagnósticos tardios e reforçou a importância da navegação de pacientes como estratégia central da nova política nacional.







Danielle Laperche, da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, trouxe dados preocupantes sobre desigualdades no acesso ao rastreamento e tratamento. Mulheres negras, com baixa escolaridade e moradoras de áreas rurais continuam sendo as mais impactadas. Lamentou a demora na implementação de diretrizes como o PCDT-ROSA e a falta de acesso real a medicamentos incorporados ao SUS. Também defendeu a ampliação dos critérios de rastreamento, diante do aumento de casos em mulheres mais jovens.









Já a doutora Rosemar Macedo Sousa Rahal, da Sociedade Brasileira de Mastologia, reforçou que as transformações no cuidado com o câncer de mama dependem da união entre especialistas e tomadores de decisão. Destacou avanços clínicos e tecnológicos já disponíveis, mas que ainda não chegam a todas as pacientes. Defendeu o estreitamento entre sociedades médicas e gestores públicos para que as políticas sejam mais eficazes e equitativas. Como exemplo de boas práticas, citou a experiência de Goiás na ampliação do acesso a painéis genéticos e sugeriu que esse modelo seja replicado em outras regiões.




O evento foi um chamado coletivo por justiça e cuidado. Mulheres, especialistas e parlamentares uniram vozes por um futuro onde o diagnóstico precoce, o acesso ao tratamento e o respeito à vida de cada paciente sejam uma realidade para todas.



 
 
 

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