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Advocacy com Evidência: Por que Conhecer e Usar Dados Muda Tudo! Sua voz muda tudo!

  • Foto do escritor: Mayara Figueiredo Viana
    Mayara Figueiredo Viana
  • 10 de jul.
  • 3 min de leitura
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Seja para melhorar uma política pública, propor mudanças em protocolos de atendimento, garantir acesso a tratamentos ou simplesmente demonstrar desigualdades regionais no cuidado à saúde, os dados são uma ferramenta estratégica de transformação social.


Muitas vezes, no entanto, associações de pacientes, profissionais da saúde, pesquisadores, comunicadores e até gestores públicos esbarram em uma barreira comum: a falta de familiaridade com as bases de dados do próprio Sistema Único de Saúde (SUS).


A boa notícia é que o Brasil possui um vasto e acessível repositório de informações, e aprender a navegar por ele pode fazer toda a diferença entre uma boa causa e uma causa com impacto real — basta saber onde procurar e como interpretar.



Quais dados estão disponíveis no SUS?


De forma prática, os bancos de dados do SUS oferecem informações como:

  • Quantidade de internações por doença, região e hospital;

  • Número de exames e cirurgias realizadas por município;

  • Valores pagos por procedimentos e tratamentos;

  • Lista de tratamentos previstos no sistema, com seus códigos e critérios de cobertura;

  • Indicadores epidemiológicos (como mortalidade e incidência por doenças).

Esses dados são públicos, gratuitos e atualizados periodicamente — e podem ser acessados por qualquer pessoa com uma conexão à internet.



Como esses dados fortalecem o Advocacy?


No Advocacy, reivindicações baseadas em evidências ganham força política e legitimidade técnica. Com os dados certos em mãos, é possível:



  • Acompanhar a implementação de programas e políticas em diferentes níveis de governo;

  • Apontar falhas reais na oferta de serviços em um município ou estado específico;

  • Comprovar que um tratamento ou exame ainda não está disponível onde deveria estar;

  • Demonstrar desigualdades de acesso à saúde e cobrar políticas públicas mais justas;

  • Monitorar se as políticas públicas anunciadas estão sendo efetivamente implementadas;

  • Levar argumentos sólidos para reuniões, audiências públicas e consultas da Conitec;

  • Criar relatórios e dossiês técnicos para entregar a tomadores de decisão;

  • Melhorar sua argumentação em consultas públicas, audiências, reuniões com parlamentares ou gestores.



Como ter acesso a esses dados?


Pesquisas simples na internet, ou mesmo com o apoio da inteligência artificial, podem ajudar inicialmente, mas não oferecem a profundidade necessária para o uso qualificado em Advocacy. É preciso conhecer as principais ferramentas públicas de dados do SUS disponíveis:



DATASUS – Departamento de Informática do SUS

Repositório oficial de dados do Sistema Único de Saúde. Centraliza informações sobre internações, atendimentos ambulatoriais, mortalidade, nascimentos, financiamento de ações de saúde, entre outros.



Sistema de Tabulação de Dados Online do DATASUS

Ferramenta online que permite consultas dinâmicas por município, sexo, faixa etária, período, tipo de procedimento, entre outros filtros. Ideal para análises rápidas e visualização de tendências.



TABWIN – Sistema de Tabulação de Dados Locais (offline)

Software gratuito do DATASUS para quem deseja fazer análises mais profundas e personalizadas com os arquivos brutos de dados do SUS. Permite cruzamentos complexos e geração de relatórios detalhados.



SIGTAP – Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS

Mostra todos os procedimentos reconhecidos e financiados pelo SUS, com seus códigos, descrições, valores, regras de autorização e porte técnico. Fundamental para entender o que o SUS cobre e em quais condições.



Como usar os dados na prática?


1 - Mapeie seu problema

Por exemplo, você ou sua associação querem incluir um novo tratamento para uma doença negligenciada. Antes de tudo, verifique se o SUS já oferece esse tratamento via SIGTAP.


2 - Documente desigualdades

Use o TABNET para mostrar que determinado município tem taxa zero de um exame essencial, enquanto outros já realizam esse procedimento regularmente.

3- Crie materiais de Advocacy


Dossiês, notas técnicas, apresentações em PowerPoint e relatórios com gráficos e dados locais são mais eficazes quando bem embasados. Uma tabela simples com dados de internações pode mudar o tom de uma reunião com um gestor público.


4 - Monitore políticas públicas: Acompanhe se, após uma política anunciada, houve aumento da cobertura no território. Isso pode reforçar cobranças ou mostrar avanços reais. Oi ainda, se um medicamento que a Conitec incorporou, está realmente disponível e acessível a população. 


Aprenda, mesmo que aos poucos.



Não é necessário ser especialista em dados. Conhecer o básico de navegação no DATASUS, TABNET e SIGTAP já aumenta significativamente a autonomia e a sua força de argumentação.


Em um cenário de disputas por atenção, recursos e prioridades, apresentar argumentos qualificados pode ser o diferencial da sua causa.



Seja para embasar projetos, propor mudanças ou apresentar soluções concretas de acesso à saúde, os dados do SUS estão à disposição. Aprender a acessá-los e interpretá-los não é apenas uma estratégia de Advocacy, é um passo essencial para fortalecer a causa, influenciar decisões e transformar realidades.


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Soraya Araujo

Sócia da Colabore com o Futuro.

 
 
 

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