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ANS realiza audiência sobre incorporação do Risanquizumabe ao Rol de Procedimentos

  • Foto do escritor: Mayara Figueiredo Viana
    Mayara Figueiredo Viana
  • há 3 dias
  • 3 min de leitura

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou, nesta sexta-feira (17/10), a Audiência Pública nº 60, que discutiu a proposta de incorporação do medicamento Risanquizumabe ao Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde.

O fármaco é indicado para o tratamento da colite ou retocolite ulcerativa, doença inflamatória crônica do intestino que pode causar diarreia, sangramento, dor abdominal e perda de peso.


Apresentação da ANS


Ana Cecília de Sá Campello, da ANS, explicou que:

  • O Risanquizumabe é indicado para colite ou retocolite ulcerativa ativa moderada a grave em adultos, após falha de terapias com anti-TNF.

  • O medicamento foi submetido pela AbbVie Farmacêutica Ltda. sob o protocolo UAT172.

  • A recomendação preliminar da área técnica (Nota Técnica nº 41/2025) foi desfavorável à incorporação, apesar de estudos clínicos mostrarem melhora na resposta e remissão clínica em comparação ao placebo, porém com evidência moderada a baixa.

  • Não há comparações diretas com medicamentos já disponíveis no rol (Vedolizumabe e Ustequinumabe) e as análises indiretas possuem baixa qualidade metodológica.

  • Do ponto de vista econômico, o estudo do proponente apontou maior efetividade e menor custo em relação ao Ustequinumabe, mas não incluiu o Vedolizumabe.

  • A ANS estimou impacto orçamentário médio de R$ 7,8 milhões por ano para atender cerca de 200 pacientes anuais.

  • A Consulta Pública nº 162, aberta em 9 de outubro, segue disponível até 28 de outubro de 2025 para receber contribuições.



Posicionamentos dos participantes


AbbVie

  • Marcela Junqueira, diretora de acesso, discordou da recomendação desfavorável, afirmando que o Risanquizumabe apresenta superioridade clínica comprovada em estudos rigorosos, inclusive em pacientes refratários a outras terapias.

  • Destacou que o medicamento preenche uma lacuna terapêutica, reduzindo hospitalizações, cirurgias e complicações graves.

  • Defendeu que a ampliação do arsenal terapêutico garante individualização do tratamento, melhora o acesso dos pacientes e estimula a concorrência entre fabricantes, gerando sustentabilidade ao sistema.


Biorede Brasil

  • Priscila Torres enfatizou a importância de ampliar opções terapêuticas, permitindo decisão médica compartilhada e individualizada.

  • Criticou a apresentação dos dados pela ANS, que subvalorizou os resultados e dificultou a compreensão técnica e o controle social.

  • Defendeu a reconsideração da recomendação desfavorável e o retorno da proposta à consulta pública.


Médicos especialistas

  • Monique Melo, gastroenterologista, ressaltou que os custos de Ustequinumabe e Vedolizumabe foram subestimados, enquanto o Risanquizumabe apresenta custo previsível e sustentável a longo prazo.

  • Paulo Gustavo, PUC Paraná, defendeu a reversão da recomendação desfavorável, destacando que os estudos incluíram pacientes graves, mostrando resultados relevantes e evitando cirurgias mutilantes.

  • Renata Frois, FBG, destacou a necessidade de maior diversidade terapêutica para gerar previsibilidade de custos, competitividade e esperança para pacientes refratários.

  • Marta Machado, ABCD, reforçou que negar acesso às novas terapias é retirar a possibilidade de qualidade de vida e dignidade dos pacientes.


Pacientes

  • Leandra, Cátia e Adriano Pérez compartilharam relatos emocionantes sobre como o Risanquizumabe transformou suas vidas, recuperando autonomia, capacidade de trabalhar e qualidade de vida.

  • Renita Rodrigues, paciente com 61 anos, destacou o impacto da falta de opções terapêuticas ao longo de quatro décadas de doença.

  • Júlia Assis, ALENDIC, pediu a reconsideração da decisão desfavorável e ressaltou a importância de manter esperança e autonomia para os pacientes.


Outros especialistas

  • Bianca, gastroenterologista, questionou a assimetria de critérios entre Risanquizumabe e Guselkumabe, defendendo reavaliação do parecer negativo.

  • Caio Freire, coordenador de ambulatórios em Fortaleza, destacou que os parâmetros econômicos da ANS não refletem a prática clínica.

  • Patrícia Mendes, ADI Brasil, reforçou que cada incorporação representa chance de recuperar qualidade de vida.

  • Caroline Soares, gastroenterologista, enfatizou a necessidade prática de novas alternativas terapêuticas para pacientes refratários.


Próximos passos

  • O medicamento está em Consulta Pública até 28 de outubro.

  • Após o encerramento, as manifestações serão analisadas e debatidas em nova reunião da Cosaúde.

  • Em seguida, será elaborado o parecer final, submetido à deliberação dos diretores da ANS.

 
 
 
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